História da Arte Moderna
Breve Resumo da Idade Moderna
A Idade Moderna foi uma período da história que compreendeu os séculos XV até XVIII.
Seu início, segundo alguns historiadores, se dá no dia 29 de maio de 1453, data que registra a conquista turca de Constantinopla, mas ela não representa um consenso entre os historiados; outros estudiosos apontam outras datas para o início da Idade Moderna como: a viagem de Vasco da Gama às Índias ou a viagem de Cristóvão Colombo às Américas. Seu final acompanha a Revolução Francesa de 14 de julho de 1789.
Dentre os principais acontecimentos da Idade Moderna pode-se citar:
> As Grandes Navegações; > O Renascimento; > A Reforma Religiosa; > O Absolutismo; > O Iluminismo; > Início da Revolução Francesa.
Essa fase, antecedeu a Idade Contemporânea e sucedeu a Idade Média, período em que os campos científicos pouco avançaram e a igreja teve grande domínio do conhecimento, além de conseguir acumular grandes riquezas. Isso refletiu grandemente no desenvolvimento desse período.
Expansões Marítimas
A Europa era o único continente “descoberto”; portanto, o movimento ocorreu basicamente só na Europa. Mas isso logo mudaria por causa da expansão marítima que iria acontecer como busca de regenerar a economia das potências do velho mundo. Além disso, haveria mudanças no modelo econômico atuante que era o feudalismo, até hoje existente no ocidente, com o capitalismo.
> Metalismo (medição de riqueza de um pais baseada na quantidade de metais preciosos que este continha); > Pactos Coloniais (definiam as relações entre a metrópole, que era o país que colonizava, e a colônia); > Monopólios Comerciais (o rei determinava seu grupo de comerciantes e suas áreas de atuação, sendo proibido atuar fora dessas áreas e de que outros pudessem comercializar nesse espaço) e; > Política de Balanças Comerciais Favoráveis (exportar mais do que importar).
Religião na Idade Moderna
A Idade Moderna se configurou por fazer grandes mudanças no modo como as pessoas viam a igreja e como os estados passaram a respeitar, ou não, a autoridade papal. Houve um distanciamento do poder da igreja.
Se na Idade Média a igreja gozava de amplas riquezas, poder sobre governos e sobre os cidadãos de modo comum, na Idade Moderna essa fase sofreu um forte golpe: a reforma religiosa. Essa reforma foi liderada por Martinho Lutero e era um movimento contra igreja católica. Ela questionava a santidade papal, não apoiava o uso das indulgências pregadas pela igreja e outros princípios que, até então, não eram questionados. Ao ver de Lutero, essas práticas serviam para a opressão do povo em vez de trazer o crescimento espiritual. A reforma fez grande sucesso na Europa por ser uma forma de muitos governos, muitas vezes, demonstrarem descontentamento em relação aos interesses religiosos.
Contrários a isso, veio a Contrarreforma. Um movimento da igreja católica para conter o avanço da reforma religiosa. A Contrarreforma começou com o Concílio de Trento, convocada pelo Papa Paulo III. O Concílio conseguiu resgatar a hegemonia católica na Europa, mas não conseguiu apagar a influência da reforma, que fez com que, até hoje, existam diversas correntes religiosas, sendo semelhantes no fato de seguirem o cristianismo.
Economia Moderna
Paralelo ao agitado cenário religioso, a economia também sofreu mudanças importantes para chegar ao que se tem hoje. O sistema feudalista, até então o modo como a sociedade se organizavam, estava em fase de declínio. Sua fragilidade fez com que o comércio e a população estivessem em uma difícil situação.
Na Idade Moderna, o absolutismo era forma como a maioria dos governos operava. Ele é um forma de governo em que todo o poder do estado estava exclusivamente nas mãos de uma só pessoa (geralmente o rei) ou só com um grupo social. O grupo social, no caso, era burguesia, que fazia acordos com a monarquia.
A Idade Moderna foi e será sempre lembrada por ser uma fase de grandes transformações, grandes revoluções e mudanças na forma como o mundo é visualizado. Religião, economia, descobertas. A idade moderna teve grandes fatos e grandes eventos.
|
Barroco
Iniciou-se na Itália e através dessa arte, os ensinamentos católicos poderiam ser espalhados. Ela surgiu no século XVII e suas características enfatizaram as transformações ocorridas na Idade Moderna.
Foi no século XVI que ocorreu a Reforma Protestante, originando os Estados Nacionais e os governos absolutos, onde cada nação deveria se libertar do poder que a igreja católica possuia no período.
Eles reagiram com a Contrareforma, se fortalecendo e fazendo belas composições arquitetônicas, como as igrejas.
O Barroco não demorou muito a chegar às Américas, e foi através dele que a razão, proposta pelo renascimento, começou a se diluir. A grande característica da arte barroca é o uso das emoções.
A pintura barroca
Características:
Disposição de elementos dos quadros, que sempre forma uma composição em diagonal;
Contraste de claro-escuro nas cenas, o que intensifica a expressão dos sentimentos;
Realismo, retratando não só a vida na burguesia, mas a vida do povo simples.
Principais Pintores
>Tintoretto (1515-1549), pintou temas religiosos, mitológicos e retratos, sempre com duas características bem marcantes: focou nos corpos, mais do que os seus rostos; a luz e a cor têm grande intensidade. O conjunto que formava personagens e as cores deveriam ser vistos primeiro e depois os detalhes.
>Caravaggio (1573-1610), ele procurava retratar vendedores, os músicos ambulantes, as pessoas comuns. Para ele, não havia diferença entre a beleza do povo e das classes ricas. Havia pinturas em que ele utilizava a luz para chamar a atenção das pessoas. Por essa característica, foi considerado o criador do estilo iluminista.
>Andréa Pozzo (1642-1709) pintou em tetos de igrejas e de palácios. Usava um efeito decorativo, detalhista e suas obras davam a ideia de que o céu estava perto ou se abrindo.
O BARROCO NA ESPANHA
Do século XVII até a primeira metade do século XIII o Barroco expandiu-se da Itália para toda a Europa e ganhou, em cada país, características próprias, como é o caso da Espanha e dos Países Baixos, que veremos adiante.
Um traço original do Barroco espanhol encontra-se na arquitetura, principalmente nas portadas dos edifícios civis e religiosos, decoradas em relevo. A pintura espanhola foi muito influenciada pelo Barroco italiano, principalmente no uso expressivo de luz e sombra, mas conservou preocupações próprias: o realismo e o domínio da técnica. Entre os pintores mas representativos estão El Greco e Velázquez.
EL GRECO: AS FORMAS ALONGADAS
El Greco (1541-1614) nasceu na ilha de Creta, Grécia, e mais tarde foi para Roma. Após breve período em Madri, partiu para Toledo na Espanha, onde se instalou definitivamente. Seu nome verdadeiro era Domenikos Theotokopoulos, mas seu apelido – El Greco – reuniu as três culturas que o influenciaram: o artigo “El” do espanhol, o substantivo “Greco” do italiano, o qual indicava sua origem. Sua pintura é marcada pela verticalidade: figuras esguias e alongadas que deixam de lado o ideal de beleza do Renascimento italiano, em que o corpo humano é representado com formas perfeitas.
VELÁZQUEZ: RETRATOS DA CORTE ESPANHOLA
Velázquez (1599-1660), assim como Caravaggio, trabalhou a luz em contraste com a sombra. Tornou-se famoso por retratar a corte espanhola do século XVII. Entre esses retratos está As meninas, uma de suas obras mais importantes.
O BARROCO NOS PAÍSES BAIXOS
Nos Países Baixos o Barroco desenvolveu-se em duas grandes direções, sobretudo na pintura. Na Bélgica manteve as linhas movimentadas e a forte expressão emocional. Já na Holanda ganhou aspectos mais próximos do espírito prático e austero do povo holandês; daí a pintura de cenas da vida doméstica e social trabalhadas com minucioso realismo.
REMBRANDT: A GRADUAÇÃO DA CLARIDADE
A pintura de Rembrandt (1606-1669) revela um pintor que trabalho com precisão os efeitos da luz. O que dirige nossa atenção não é propriamente o contraste entre luz e sombra, mas os diversos graus de claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem áreas de luminosidade mais intensa. É isso, por exemplo, o que se vê no quadro A lição de anatomia do douto Tulp.
VERMEER: A DELICADEZA DA VIDA COMUM
Diferentemente de Rembrandt, Vermeer (1632-1675) trabalha os tons em plena claridade. Seus temas são sempre os da vida das pessoas comuns da Holanda seiscentista. Seus quadros documentam com dedicada beleza os momentos simples da vida cotidiana.
A escultura barroca
Há a exaltação de sentimentos. As formas procuram expressar os movimentos e recobrem-se de efeitos decorativos. Predominam as linhas curvas, os drapeados das vestes e o uso do dourado. Os gestos e os rostos das personagens revelam emoções violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.
Principais artistas
> Bernini(1598-1680) foi um dos mais completos artistas do Barroco, pois era arquiteto, urbanista, pintor, escultor e decorador.
Principais Obras: O baldaquino e a cadeira de São Pedro e a obra que desperta maior emoção religiosa - Êxtase de Santa Tereza, escultura feita para uma capela da igreja de Santa Maria della Vittorio, em Roma.
A arquitetura barroca
Teve seu início no século XVII e realizou-se principalmente nos palácios e igrejas.
Quanto ao estilo da construção, os arquitetos deixam de lado os valores de simplicidade e racionalidade, típicos da Capela Pazzi, de Brunelleschi, por exemplo, e insistem nos efeitos decorativos, pois no Barroco "todo muro se ondula e dobra para criar um novo espaço".
Disso, resultou a preocupação paisagística com os grandes jardins dos palácios e com a praça das igrejas, como por exemplo, a praça de Saint Peter, em Roma.
Rococó
Rococó é o estilo artístico que surgiu na França como desdobramento do barroco, mais leve e intimista que aquele e usado inicialmente em decoração de interiores. Desenvolveu-se na Europa do século XVIII, e da arquitetura disseminou-se para todas as artes. Vigoroso até o advento da reação neoclássica, por volta de 1770, difundiu-se principalmente na parte católica da Alemanha, na Prússia e em Portugal. Os temas utilizados eram cenas eróticas ou galantes da vida cortesã (as fêtes galantes) e da mitologia, pastorais, alusões ao teatro italiano da época, motivos religiosos e farta estilização naturalista do mundo vegetal em ornatos e molduras. O termo deriva do francês rocaille, que significa "embrechado", técnica de incrustação de conchas e fragmentos de vidro utilizadas originariamente na decoração de grutas artificiais. Na França, o rococó é também chamado estilo Luís XV e Luís XVI.
Características gerais:
• Uso abundante de formas curvas e pela profusão de elementos decorativos, tais como conchas, laços e flores.
• Possui leveza, caráter intimista, elegância, alegria, bizarro, frivolidade e exuberante.
ARQUITETURA
Durante o Iluminismo, entre 1700 e 1780, o rococó foi a principal corrente da arte e da arquitetura pós-barroca. Nos primeiros anos do século XVIII, o centro artístico da Europa transferiu-se de Roma para Paris. Surgido na França com a obra do decorador Pierre Lepautre, o rococó era a princípio apenas um novo estilo decorativo.
Principais características:
• Cores vivas foram substituídas por tons pastéis, a luz difusa inundou os interiores por meio de numerosas janelas e o relevo abrupto das superfícies deu lugar a texturas suaves.
• A estrutura das construções ganhou leveza e o espaço interno foi unificado, com maior graça e intimidade.
Principal Artista:
> Johann Michael Fischer,
(1692-1766), responsável pela abadia beneditina de Ottobeuren, marco do rococó bávaro. Grande mestre do estilo rococó, responsável por vários edifícios na Baviera. Restaurou dezenas de igrejas, mosteiros e palácios.
ESCULTURA
Na escultura e na pintura da Europa oriental e central, ao contrário do que ocorreu na arquitetura, não é possível traçar uma clara linha divisória entre o barroco e o rococó, quer cronológica, quer estilisticamente. Mais do que nas peças esculpidas, é em sua disposição dentro da arquitetura que se manifesta o espírito rococó. Os grandes grupos coordenados dão lugar a figuras isoladas, cada uma com existência própria e individual, que dessa maneira contribuem para o equilíbrio geral da decoração interior das igrejas.
Principais Artistas:
> Johann Michael Feichtmayr,
(1709-1772), escultor alemão, membro de um grupo de famílias de mestres da moldagem no estuque, distinguiu-se pela criação de santos e anjos de grande tamanho, obras-primas dos interiores rococós.
> Ignaz Günther,
(1725-1775), escultor alemão, um dos maiores representantes do estilo rococó na Alemanha. Suas esculturas eram em geral feitas em madeira e a seguir policromadas. "Anunciação", "Anjo da guarda", "Pietà".
PINTURA
Durante muito tempo, o rococó francês ficou restrito às artes decorativas e teve pequeno impacto na escultura e pintura francesas. No final do reinado de Luís XIV, em que se afirmou o predomínio político e cultural da França sobre o resto da Europa, apareceram as primeiras pinturas rococós sob influência da técnica de Rubens.
Principais Artistas:
> Antoine Watteau,
(1684-1721), as figuras e cenas de Watteau se converteram em modelos de um estilo bastante copiado, que durante muito tempo obscureceu a verdadeira contribuição do artista para a pintura do século XIX.
> François Boucher,
(1703-1770), as expressões ingênuas e maliciosas de suas numerosas figuras de deusas e ninfas em trajes sugestivos e atitudes graciosas e sensuais não evocavam a solenidade clássica, mas a alegre descontração do estilo rococó. Além dos quadros de caráter mitológico, pintou, sempre com grande perfeição no desenho, alguns retratos, paisagens ("O casario de Issei") e cenas de interior ("O pintor em seu estúdio").
> Jean-Honoré Fragonard,
(1732-1806), desenhista e retratista de talento, Fragonard destacou-se principalmente como pintor do amor e da natureza, de cenas galantes em paisagens idílicas. Foi um dos últimos expoentes do período rococó, caracterizado por uma arte alegre e sensual, e um dos mais antigos precursores do impressionismo.
O Homem Vitruviano
Leonardo da Vinci - 1492